A máfia da blogosfera
10
Jan 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 11:06link do post
O Estado português, desde que se começou a falar da crise, anda a ajudar empresas indiscriminadamente. Foram 20 bibliões de euros de aval para empréstimos, foram 4 bibliões de injecção para haver liquidez e mais a operação que rondará o biblião de euros para a nacionalização do BPN. Para além disto, foram ajudadas as minas de Aljustrel, as ajudas à Qimonda e o mais recente apoio às Águas de Portugal. Perante uma situação destas, em que o Estado português aplica o dinheiro dos contribuintes em "ajudas" a empresas tão distintas e, aparentemente, sem qualquer estratégia, o mais normal é fazer a pergunta que Manuela Ferreira Leite faz. Mas eu iria mais longe e perguntaria: será que se deve ajudar?
A questão é quase moral e foi muito bem colocada na entrevista ao Primeiro Ministro. Estamos a ajudar indiscriminadamente qualquer empresa que surja com dificuldades, sem nos questionarmos sequer se as devemos ajudar. Não pensamos se será aceitável termos um Estado com uma influência levada ao extremo na economia - sabendo que já antes da crise tinha um sector empresarial absurdamente grande. Não pensamos nas consequências efectivas da criação de empresas públicas que não vivem em verdadeira concorrência com as privadas por terem sempre os dinheiros públicos a apoiá-las. E depois, há que ver que o facto de uma empresa pertencer ao Estado significa, por si só, uma dimensão exagerada. Veja-se a Caixa Geral de Depósitos. É uma empresa pública, mas imaginemos que agora se privatizava: teríamos um super-gigante a dominar completamente o sistema. É um pau de dois bicos que só pode ser solucionado com uma "contenção na base", isto é, com a não intromissão do Estado na economia à partida. Sempre que o Estado interveio criou desequilíbrios: a maior prova disso são as próprias assimetrias regionais, causadas por um exagerado investimento ao longo de quase mil anos nas cidades do litoral. Se calhar em momentos como este seria benéfico reflectir exactamente naquilo em que ninguém quer reflectir, nos verdadeiros benefícios a longo prazo de medidas tomadas com objectivos tão imediatos.

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