Carl Spitzweg, O rato de biblioteca, 1850
A substituição da discussão pública de ideias e propostas pela simples imagem é uma decisão que cabe a cada partido. Cabe. Mas há limites.
Julgo que os limites traçados, que se não o estão, deveriam; são os limites do mau-gosto e do sensacionalismo. O pathos, que tanto abomino. Se um partido, em vez de falar da taxa de desemprego, me mostrar um sem-abrigo num cartaz, considero que é mau-gosto. Do mesmo modo, considero que se um partido, em vez de falar do número de computadores que distribuiu, mostrar criancinhas felizes a mexer na coisa está a fazer uma campanha também ela de mau gosto.
E o pior de tudo isto é que basta um, um único, agente incorrer neste tipo de atitude, que traz benefícios inegáveis (a TVI também tem um elevado share), para que todos os outros façam o mesmo tipo de jogo. Acabamos por entrar numa espiral negativa, uma política da imagem, da sensação, do pathos, que tornará os destinatários, a prazo, completamente incapazes de discutir ideias. Tenho a sensação que é mesmo essa a intenção.
Sssht! Calem-se!, era o que eu dizia às pessoas que pareciam não saber onde estavam quando começavam a conversar e a rir alto, qual pagode, enquanto tentava ouvir e observar o Felizmente há Luar! em toda a sua plenitude. Que a peça é excelente, tanto quanto o seu pai Luís de Sttau Monteiro, é, mas sem interpretação não passa de um amontoado de palavras num papel que antes estava em branco. Foi magnífico. A Matilde, aquela que a seguir ao Gomes Freire que nunca aparece é a personagem da peça, foi interpretada pela Maria do Céu Guerra, uma das grandes senhoras da nossa praça. Enfim, tremi, lacrimejei, revoltei-me, que diabo!, senti pena e ri, soltei até uma ou duas gargalhadas indisfarçáveis. E, mais do que tudo isso, que o bom velho Luís queria isso mas não só, pensei. Pensei em cada frase. No Manuel, aquele lúcido plebeu que se via de asas cortadas, na pobre Matilde, na história que poderia ser contada hoje, tirasse-se a fogueira e a forca, e em tudo. Fixei frases, que mudadas ou estáticas me ressoarão na cabeça sempre que vierem a propósito
Obrigado ao Café Odisseia por me destacarem como "blogo da semana". Já agora recomendo-o, copiando o subtítulo: "Blogue de Valor, Vigilante e Virtuoso, em Campanha Contra o Visceral Mau Gosto Reinante".
Após a sua estadia no Canadá, Will Wilkinson escreveu um excelente artigo que intitulou «The immigration fallacy». Se é certo que a mensagem era destinada aos americanos em geral, muitos portugueses não perderiam nada em dar uma vista de olhos.
«Uma rede de supermercados decidiu que não venderá nas suas estantes o livro ‘A Casa dos Budas Ditosos’, de João Ubaldo Ribeiro (Prémio Camões do ano passado), explicitamente dedicado à luxúria.
Há uns anos, quando o livro teve a sua primeira edição, a cena foi a mesma e eu próprio protestei. É uma pena que os supermercados não o queiram nas suas estantes – obrigando os curiosos a ir a uma livraria, portanto – mas trata-se da liberdade de comércio.
Há muitos mais livros que os supermercados recusam vender, de Bruce Chatwin a Thomas Mann, de Luiz Pacheco a Tomás de Aquino. Não lhes convém comercialmente. Desta vez não lhes convém, digamos, ‘moralmente’. É um juízo arriscado mas legítimo. Não é todos os dias que uma empresa está disposta a perder dinheiro por motivos ‘morais’.»
Francisco José Viegas, no Correio da Manhã
Há pouco ouvi na televisão, o canal não me perguntem, um indivíduo americano a questionar-se sobre o porquê de escrever um blogue.
A pergunta deixou-me a pensar. Principalmente por causa dos argumentos que o tipo apresentava: porque não ir ao cinema ou ler um jornal ou um livro em vez de publicar delírios numa periodicidade quase diária? E enquanto pensava isto, pensei: e se todos pensássemos assim. Imaginemos que todos preferiríamos consumir a produção alheia em vez de produzirmos nós mesmos algo, seja bom ou mau. Não haveria nada. Não haveria jornais, para quê publicar um jornal?, não haveria livros, para quê escrever um livro?, não haveria arte, para quê pintar um quadro?, e tudo o que nos faz ser aquilo que somos deixaria de existir e passaríamos a ser o que não somos.
Escrever um blogue dá trabalho, é verdade. A falta de assunto que tantas vezes atormenta o juízo dos free-lancers como eu, a falta de conhecimento sobre determinadas coisas que faz com que textos nossos sobre isso sejam simples parvoíces, a falta de informação recolhida, que faz com que meio mundo fique à porta do blogue que queremos bom. Dá trabalho. Mas ao menos dá-nos, pelo menos a mim dá-me, a satisfação de saber que posso discutir as minhas ideias, colocá-las à prova e contribuir, pelo menos de alguma forma, para que haja ainda humanidade por estas bandas.
Fôssemos todos como o senhor que ouvi há pouco na televisão, num canal que mais vale não me perguntarem, e o mundo tornar-se-ia um lugar ainda mais estranho.
«(...) Eu nem quero imaginar o que pode fazer uma variante de uma PIDE moderna com os instrumentos e as bases de dados a que pode aceder no estado, desde a do ADN, à da Via Verde, ao Cartão do Cidadão e os seus "números" interligados, com as escutas e procuras na Internet e nos telemóveis, às câmaras de videovigilância que proliferam por todo o lado, etc., etc. De manhã à noite, todo o meu percurso, o dinheiro que gasto, os livros que compro, onde almoço e com quantas pessoas, se passo pela Rua do Carmo, se entro no Sheraton ou se vou a um bar de alterne, que palavras procuro no Google, os bilhetes de avião ou comboio, tudo, tudo, tudo pode hoje ser procurado, sistematizado, devassado. Com o modo como o PS quer acabar com o sigilo bancário, com o crescente fim do ónus da prova pelo estado no fisco e agora em tudo o resto, estamos a construir uma sociedade vigiada e controlada, sempre pelas melhores e mais "eficazes" razões, mas que é um maná para quem começar a abusar da lei. (...)»
José Pacheco Pereira, no Abrupto
A fúria gastadora de Inglaterra faz com que, neste momento, o sector público seja gigantesco. Nada expectável naquela que se afirma como o berço do liberalismo. Mas esta variação verdadeiramente à esquerda tem um rosto: Gordon Brown. Que, tendo um conceito estranho de esquerda, quem não se lembra do famoso British jobs for British workers, consegue fazer com que Inglaterra vá ter a quarta maior taxa de imposto a altos rendimentos do mundo desenvolvido. Felizmente, David Cameron, a quem admiro essencialmente o carisma, apresenta-se como uma alternativa forte e provavelmente ganhará as eleições. Não tem paninhos quentes em campanha, assegura que vai fazer cortes orçamentais, que vai congelar salários do sector público e denuncia salários inaceitáveis, quando pagos com o dinheiro dos taxpayers. Pode ser que os tories coloquem termo à deriva perigosamente estatizante inglesa. Ao menos eles, que por cá, nada a irá travar.
[vídeo via The Daily Telegraph]
«Portugal mudou radicalmente e é um país irreconhecível por uma ideologia cujos escombros já se desfizeram. Há uns tiques, uns sopros, uns saudosistas – mas, fundamentalmente, o salazarismo é um objecto de museu (em Santa Comba Dão ou em qualquer outro lugar), destinado a ser visto e estudado como parte do que fomos.
Não vale a pena soltar os seus demónios nem acrescentar-lhe actualidade. Faz parte de um retrato em que já não nos reconhecemos. É uma velharia para análise de laboratório.»
Francisco José Viegas, Correio da Manhã
Pulam, saltam, gritam, ai que maravilha!, a Esquerda, com «e» maiúsculo, ganhou na Islândia! Acabou-se o conservadorismo e o liberalismo. Seria bom lembrar a estes senhores que vêem agora as suas ideias em voga o que aconteceu em finais do século passado. Sim, na altura decretou-se o fim da história e a Esquerda não gostou. Agora quer fazer o mesmo.
Através do site do MEP cheguei a uma geringonça bem engraçada. Um conjunto de perguntas simples que nos permite identificar qual dos partidos candidatos é o mais próximo das nossas ideias. Julgo que é algo falível, porque o que mais se adequava a mim era o PPM, safa! De qualquer modo, é interessante para descobrir quais as propostas dos novos/pequenos partidos. Sugiro vivamente.
Que engraçado!, pensei eu quando descobri o twitter. Nos primeiros dias andava coladinho ao bicho: conversas, discussões, verdadeiros debates, tudo muito micro, tudo muito passaroco. E descobri outros bloggers e não só que por lá pontificavam. Um mar de gente virtual, a escrever bilhetinhos com menos de 140 caracteres a um ritmo alucinante. Até tinha piada. Tinha.
Agora, depois de já ter passado o efeito novidade, olho para o twitter como uma eterna crise de diarreia, em todos os sentidos, caro leitor, em todos os sentidos. Sigo apenas sessenta e tal pessoas e tenho o cuidado de não seguir os twitterianos profissionais, aqueles que de trinta em trinta segundos lá se lembram de escrever um bilhetinho sobre nada, e ainda assim não consigo retirar nada dali. O amontoado de conversas paralelas, que a malta ainda não descobriu o e-mail ou o telemóvel, os pensamentos, os delírios, as provocações, as perguntas, as parvoíces e os puros disparates fazem com que eu ali apareça e logo tenha vontade de sair. Tenho uma má relação com o twitter, é verdade. Neste momento apenas o utlizo para discutir algum programa sobre o qual se adivinhe uma acesa discussão logo à partida e nada mais. É pena. Vejo imenso potencial no serviço. No entanto, aqueles que o usam para tudo e para nada acabam por o destruir.
Hannah Arendt
[lembrado pelo Carlos M. Fernandes]
Neste trigésimo quinto aniversário desta nossa terceira República, existe um defeito que lhe é apontado, muito bem evidenciado pelo João Távora: o da manifesta partidocracia. A verdade é que, tirando a extrema-esquerda, onde houve algumas mudanças, o panorama político nacional manteve-se quase estático. Os mesmos partidos, as mesmas pessoas e a asfixiante sensação que o poder está na mão das mesmas pessoas ganhe quem ganhar, que o círculo é restrito e está vedado à alternativa não demagógico-populista. Mas para além do diagnóstico da situação, que se afigura desastrosa e que me leva a mim e não só a temer pelo futuro, é necessário procurar as causas. A verdade é que ao longo dos últimos anos têm surgido alternativas aos partidos existentes, tal como o Movimento Intervenção e Cidadania, o Movimento Esperança Portugal, o Movimento Mérito e Sociedade, o Partido Nova Democracia, o Partido da Terra, o Partido Humanista, o Partido Operário de Unidade Socialista, o Partido Nacional Renovador e provavelmente haverá outros para além dos que referi. O importante é que só aqui há oito partidos, oito, com um espectro ideológico bastante alargado: desde os socialistas do POUS aos nacionalistas do PNR e nenhum tem assento parlamentar.
Muitos imputam as culpas à comunicação social, como se a SIC e a TVI tivessem algum tipo de obrigação para com estes partidos. A RTP, por ser pública, já é diferente. Mas, ainda assim, isto não é motivo suficiente.
Pessoalmente, aponto dois motivos para que estes partidos não ganhem notoriedade. Em primeiro lugar, não se mostram ao público. Actualmente existem inúmeras formas de apresentar ideias, destaque para os blogues e para as redes sociais. E a verdade é que muitos destes partidos não utilizam estes meios que quase não comportam custos para se apresentarem. Mas não é só isto. Não pode ser só isto. Tirando o Bloco de Esquerda, os partidos com assento parlamentar também fazem muito pouco uso das redes sociais. Por isso aponto um outro motivo: o sistema de financiamento dos partidos. Em Portugal, os partidos são financiados pelo erário público numa lógica de proporcionalidade. A título de exemplo pego nas eleições legislativas. Segundo a lei do financiamento dos partidos, caso um partido obtenha mais de 50.000 votos, número a que nenhum dos partidos acima referidos a concorrer atingiu, recebe, por cada voto, 1/135 do Salário Mínimo Nacional. Para facilitar, vamos imaginar que nas próximas eleições os partidos concorrentes tinham exactamente os mesmos resultados que obtiveram em 2005. O Partido Socialista receberia 8.578.020€, o Partido Social Democrata receberia 5.464.133 €, a Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV) receberia 1.440.000 €, o Centro Democrático Social receberia 1.383.073 € e o Bloco de Esquerda receberia 1.214.690 €. Estes valores permitem a estes partidos um investimento imenso em comunicação, contratando agências especializadas, em acções de campanha, em comícios, convenções e congressos, tudo eventos que lhes permitem uma projecção mediática muito considerável.
Por trazer esta desigualdade de oportunidades aos Partidos, por ser uma despesa pública de um volume inaceitável, por não permitir uma verdadeira regeneração da política e por ir contra a própria natureza dos partidos, que são organizações privadas compostas por pessoas que por elas se interessam e que, como tal, deveriam ter como receitas apenas as que fossem provenientes de quotas ou donativos, considero que o fim do financiamento dos partidos pelo Estado seria um passo gigante para a qualificação da democracia.
Ontem à noite fui assistir ao fogo-de-artifício de Almada. Festa rija, todos os anos, ou não fosse a Câmara comunista, o que não tendo nada a ver, explica muita coisa. Ora este ano a celebração foi composta por actuações avulsas de gente desconhecida, a quem poderia chamar sem nome, não fosse o título servir para o que vou dizer mais em baixo, pela intervenção do vereador da Cultura, o grande, o magnífico, António Matos, cujo discurso foi uma amálgama de rockice e analfabetismo, pela intervenção da Presidente Maria Emília, que gritou chorosa que nos amava a todos e a quem eu respondi, o quê, não digo. E depois do passeio das figuraças veio o momento solene: Almada cantou o Grândola Vila Morena. É um momento que me faz arrepiar sempre, mas deixemos isto por agora, que os meus arrepios pouco interessarão aos estimados leitores. Cantada a Grândola, começou o fogo-de-artifício. Ó espectáculo mais extraordinário, começou com a Grândola Vila Morena como banda sonora. A marcha de fundo, a canção e a luz fizeram a noite. O pior foi quando a Grândola acabou e o fogo tinha de continuar. Para este problema, o DJ arranjou solução fácil: colocou na Praça da Liberdade as músicas It's All About Us, La Tortura, One Love, Baila Morena e acabou com um remix ranhoso que ninguém parecia conhecer nem tão-pouco gostar. Uma estupidez sem nome fazer do 25 de Abril e da sua celebração um Carnaval, uma mini-discoteca improvisada, aquilo.
No dia 24 de Abril, tal como quatro meses antes, é suposto que um blogger que se preze escreva um texto bonito. É, é suposto. Eu, desgraçado de mim, não consigo. E não consigo por um motivo muito simples: não sei o que foi o 25 de Abril.
Já li nos livros, já li na rede, já vi na televisão, já ouvi nas reuniões familiares, já vi os filmes, passei a vida a aprender Abril e, por mais que me digam, que me contem, que me expliquem, continuo sem sabê-lo, mesmo tendo mais informação que muitos dos que já por cá andavam na madrugada do dia 25 de Abril de 1974. E nunca o saberei. Nunca o saberei porque há coisas que não se aprendem nos livros, na rede, na televisão, nos filmes, nem nas reuniões familiares. Há coisas que só se aprendem vivendo. E eu, para felicidade minha, não vivi Abril. Felicidade, porque vivê-lo significaria ter passado por tudo aquilo que quem o viveu passou. Ter uma vida, seria vida?, miserável em que escrever num qualquer lugar que a nossa vida era miserável era crime. Viver, seria viver?, com medo de dar um passo e ser apanhado a fazer coisa nenhuma e condenado à prisão por ter nascido numa terra estranha, numa época estranha. Sentir tudo aquilo e calar, a bem dos brandos costumes e a mal do futuro que me esperasse.
É, não sei o que foi Abril. E não sei o que sinto, se confusão se pena, em relação àqueles que, não tendo vivido Abril, querem voltar ao país de Março. Se querem aquela merda para vocês e para os vossos filhos, mon frères, tratem de comprar uma ilha e fazer o festim bem longe.
Não sei o que foi Abril, mas há uma coisas que sei: sabe bem não conseguir escrever sobre o que Abril foi.
Celebrou-se ontem o dia mundial do Livro. Não vim a tempo, já passou. Mas bola para a frente, que quem sabe costuma dizer que é para aí o caminho, e falemos da feira do Livro que vai abrir daqui a seis dias e cujos preparativos já começaram. Está mudada a feira. Já no ano passado esteve, mas agora a mudança é mais radical. Os velhos contentores onde personagens sem nome e sem rosto, tê-los-iam certamente, mas para a minha memória não ficaram, estão mais modernaços, como dizem os que não são modernos. Agora é tudo muito Wright, tudo muito linhas simples e aproveite-se o espaço que é escasso. Já não há colorido: um espaço quase monocromático, e digo quase porque lá houve algum génio que se lembrou de intervalar o laranja com o verde, conjunção perfeita dirão os entendidos, e porque, verdade se diga, se há coisa que Lisboa não sente falta naquele parque é de cor. O espaço LeYa vai voltar a armar-se em fidalgo, dispondo de um espaço próprio, com barracas, quais barracas, se são da LeYa, são palácios, também elas próprias. O site já está aberto, mas ainda está muito esfarrapado, o coitadinho. Aguardemos, expectantes, pelo dia 30. Lá nos veremos.
«Os portugueses podem estar em apuros, mas o certo é que o primeiro-ministro, talvez por solidariedade, não dorme mais descansado. E, esta semana, a situação atingiu uma gravidade inimaginável: que o povo contasse anedotas, tolerava-se; que a oposição criticasse, admitia-se; que ingleses avulsos o acusassem de corrupção, lá se ia aguentando. Mas se os Xutos e Pontapés fizessem uma música a chamar-me nomes, eu não sei se resistiria. José Sócrates tem de viver sabendo que o Tim não aprecia o seu trabalho. Custa. E Manuela Ferreira Leite percebeu esta semana que, quando faz conferências de imprensa, ninguém liga, mas quando o Kalu canta uma canção, vem na primeira página do Público. Também deve doer.»
Ricardo Araújo Pereira, na Visão
Esta semana há duas excelentes notícias vindas das editoras portuguesas. Uma é O Caderno, que sairá amanhã e que reúne um vasto conjunto de textos publicados por José Saramago no seu blogue. Não leremos sobre Baltazares e Blimundas, sobre cegueiras nem tão-pouco sobre elefantes, serão o Saramago político e o Saramago pessoa os protagonistas. Não escondo que me encantam mais os textos sobre o segundo. Outra é um livro de crónicas do Henrique Raposo, A Caipirinha de Aron - Crónicas de um Liberal Triste, cujo lançamento será na próxima sexta-feira. Dois livros a não perder.