
Pessimismo e optimismo
2008 foi o ano do pessimismo. Até os mais insuspeitos foram contagiados e todos sabemos que quando até os mais esperançosos se viram para o “lado negro” pouco resta a fazer para tentar melhorar as coisas. Perdemos a esperança no Governo, na Educação, no trabalho, nos amigos e sobretudo perdemos a esperança no futuro. Os adultos desiludem os jovens, destroem-lhes os sonhos e tudo porque “as coisas não estão fáceis”, e aparentemente ainda vão ficar piores.
Como normalmente acontece em alturas de crise procuramos líderes, alguém que consiga salvar-nos. Em 2008 o Mundo encontrou realmente alguém que talvez poderá mostrar-nos a luz ao fundo do túnel (nunca gostei desta expressão. A luz ao fundo do túnel leva-me sempre a outras analogias). A grande pergunta de 2009 vai ser se este novo homem é capaz de levar o mundo na direcção correcta. Pelo contrário, neste pequeno jardim à beira-mar vai continuar tudo na mesma. Cá não há nenhum Obama. Nem sequer há uma Hilary. 2008 mostrou-nos isso e é fácil de prever que em 2009 vamos continuar cercados com o mesmo Bush.
Em termos de educação o ano foi um braço de ferro entre o Ministério, a sua actriz principal e os professores. E saímos todos prejudicados. Todos os que interessam, claro: os alunos e os professores. E o pior de tudo (partindo do princípio que ainda não chegámos ao fundo do poço) é que em 2009 isto vai continuar! Ninguém vai ceder, ninguém vai voltar atrás e isto só vai acabar lá para o fim deste novo ano, depois das eleições quando se oferecer à Ministra uma saída honrosa. Por falar em eleições, em 2009 vai haver três: As legislativas, as autárquicas e as eleições europeias. Estas últimas não interessam muito e as duas primeiras não vão trazer novidades. Aparentemente só o ano é novo. E como tal não me parece que a mudança vá chegar ao nosso país.
No fim deste texto chego à conclusão que até eu estou pessimista. Isto de estar pessimista não é agradável. Nem sequer tem grande utilidade. É Sábado e passei a tarde a ver o último filme do “Senhor dos Anéis”. Devia estar a sentir-me feliz. Afinal de contas pode ser que o Destino do nosso Mundo seja como o Destino da Terra Média de Tolkien: Depois da Sombra, depois da escuridão, vem sempre a luz, a esperança num mundo melhor e a Viagem Final para o lugar da felicidade. Prefiro acreditar que assim seja. Afinal, não vale de nada ser pessimista.
Daniela Major (do blogue Câmara dos Lordes)
*Este é o segundo texto convidado desde que o blogue começou, pois já houve outro em Junho, mas nesta nova rubrica, é o primeiro.