«É um assunto que tenho acompanhado com preocupação e espanto. Uma nau portuguesa naufragada ao largo da Namíbia por volta de 1525 foi recentemente encontrada por mergulhadores, contendo um achado precioso, já avaliado em 70 milhões de euros. Só que, para nossa desgraça, aquele país africano não é signatário da convenção da UNESCO sobre achados arqueológicos. Chocados? Eu também. Uma nau que tem uma carga com moedas de ouro e prata, espadas, canhões, astrolábios, compassos, toneladas de cobre e de estanho e centenas de barras de ouro vai ficar nas mãos da Namíbia! E, segundo li no Expresso desta semana, que traz mais um importante desenvolvimento sobre a matéria, o Governo português não pretende sequer recorrer à Convenção Internacional dos Direitos dos Mares, porque isso "seria entrar numa guerra sem retorno". (...)»
“Há três semanas que tenho esperado dela uma intervenção de fundo, como tiveram os líderes das oposições em Inglaterra e Espanha. [Ela] tinha condições únicas para isso. Os portugueses esperam que fale da crise, que dê confiança, que convide o primeiro-ministro a conjugar esforços com os partidos da oposição, como disse [David] Cameron em Inglaterra e muito bem. Ela tem um estilo e uma estratégia que não contavam com a crise. Mas a crise é a crise. Não percebo como ela e a sua direcção política não perceberam qual era a intervenção política que os portugueses esperavam dela.”