Vi o programa dele duas ou três vezes, durante meio segundo no decorrer da prática do meu desporto favorito: o zapping. Não prestei atenção. Pensei que fosse mais um bocadinho de lixo televisivo que o filtro que é a Sic Radical tantas vezes passa.
Nem nunca mais me lembrei daquilo.
Há uns dias, li o escrito de João Bonifácio sobre ele. Dizia que o amava. Dizia que o personagem era a "personificação" (entre aspas por ser um cão e por não existir a "canificação") de Portugal. Achei graça. Depois li o texto das Miss Woody e Miss Allen sobre ele. Decidi prestar atenção. E adorei.
O Bruno Aleixo é, e não estou a exagerar, um verdadeiro Génio. E é-o não por me fazer rir à gargalhada, que não faz, é-o por ser inovador. Quem é que se lembra de criar um programa, com um genérico que parece o de um programa da RTP Memória, no qual um cão sentado numa poltrona de idoso conversa com um busto de Napoleão (ou outro qualquer finado ilustre com um chapelinho bem catita), chamado Busto. Mais. A conversa é simples nonsense: o cão fala de tudo, conseguindo não dizer nada. É, e aqui o João Bonifácio tem razão, um daqueles "tipos que são iguais à avó", "que apenas abre a boca para rezingar, mandar vir, reclamar e mostrar, por argumentos insondavelmente insanos, que todos os outros são idiotas". É isto o Bruno Aleixo.
E agora vejo a minha vida a andar para trás. São as dezenas de blogues que leio diariamente (maldita qualidade lusa!), são as dezenas de episódios dos Contemporâneos que tenho de ver no site da RTP, porque nunca acerto nem no dia nem na hora, é o trabalho (que para este rosário não é chamado, mas fica sempre bem pô-lo cá), e agora o maldito do programa que tenho de ver dê por onde der. Malditos génios com as suas genialidades!