Cedendo à pressão dos pequenos partidos, que em vez de voltarem as suas forças contra a Lei do Financiamento Partidário, quiseram, à boa forma bolchevique, impor a sua presença nos media e na ribalta da política; a ERC criou uma directiva que, entre outras coisas, obriga a que todos os partidos tenham o mesmo «tempo de antena» nas televisões privadas. Era uma directiva mais que provável, apesar de ser impensável num Estado democrático.
Esta é uma intromissão pornográfica na definição dos critérios editoriais de estações privadas que nada devem ao Estado. José Pacheco Pereira e Helena Matos já escreveram sobre o assunto e estão cobertos de razão. Tudo isto mostra apenas que os partidos políticos, mesmo os mais pequenos e incipientes como o MEP ou o MMS se estão a aproveitar da lei para impor situações que lhes são vantajosas, tomando o Estado de Direito como propriedade sua, olhando para o seu umbigo e desprezando qualquer princípio moral.
Contra esta directiva é preciso que não sejam apenas as televisões, rádios e jornais a revoltar-se, mas sim toda a sociedade. Ou isso acontece ou então mais vale começar a fabricar os telecrãs orwellianos.