Discordo do Tiago Loureiro, em relação ao que escreve sobre os liberais e os conservadores. O conservadorismo, mais que uma posição pessoal, é uma linha política com traços muito marcados. Provavelmente o melhor exemplo serão os tories ingleses. São traços marcados do conservadorismo, por exemplo, a defesa de uma solidariedade social próxima à preconizada pelos democratas-cristãos, a contenção no que respeita à imigração, as profundas reservas quanto à promoção de liberdades civis chamadas fracturantes e, até, em algumas situações, a defesa de uma política proteccionista para os Estados, através de limites ao comércio com o exterior. Nada disto se encontra na doutrina liberal. Não significa que conservador e liberal sejam opostos. São apenas diferentes.
O problema quando se fala disto é que conservadores se auto-assumem como liberais apenas porque é próprio do conservadorismo ser cuidadoso com o peso do Estado. É verdade que, e nisto conservadores e liberais estão umbilicalmente ligados, há uma verdadeira oposição a ideias estatizantes. No entanto, essa semelhança de posições não leva a que um conservador e um liberal seja a mesma coisa.
E aproveito até para dizer que o liberalismo está muito, muito mal visto em Portugal porque aqueles que se auto-intitulam de liberais são, as mais das vezes, conservadores numa linha próxima dos tories ingleses ou dos republicanos dos EUA. Um partido que perfilhe verdadeiramente uma doutrina liberal, em Portugal, não há. E faz falta.