A máfia da blogosfera
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Mai 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 15:26link do post | comentar

Sobre a mais recente aproximação, de carácter puramente eleitoralista, dos comunistas portugueses à Igreja, é lembrar Raymond Aron:

 

«O cristão nunca poderá ser um autêntico comunista, do mesmo modo que o comunista não pode crer em Deus ou no Cristo, porque a religião secular, animada por um ateísmo fundamental, declara que o destino do homem cumpre-se todo inteiro nesta terra. O cristão progressista esconde de si mesmo essa incompatibilidade», em O Ópio do Povo.


Na sequência da mensagem que enviei pelo facebook há pouco, venho simplesmente comentar este post, que acredito imbuído de boa fé. As minhas discordâncias prendem-se com duas ordens de factores:
- uma é um péssimo argumento, mas deixo a minha palavra sobre ele, eu conheci uma pessoa que era comunista e as tragédias da vida (morte de 2 filhos) levaram-no a descobrir Deus. Possível, é, se é ideologicamente coerente, tenho mais dúvidas.

- a segunda é uma pergunta: ser católico no caso implica abraçar certos ensinamentos, como os constantes das encíclicas Rerum Novarum e Centesimmus Anos de João Paulo II, onde se firma a doutrina social da igreja. Eu não compreendo, como alguém se pode afirmar (e não é sequer o teu caso) fundamentalista do libertarismo de Ayn Rand, e do liberalismo absoluto de mercado, e ao mesmo tempo católico. Porque as encíclicas condenam explicitamente o totalitarismo de mercado?

Obrigado.
Carlos Santos
Carlos Santos a 2 de Maio de 2009 às 00:20

Gostava de te poder responder, mas não li as encíclicas ainda.
Quanto ao exemplo que apresentas. O que o Aron escreveu não é que é impossível por si ser as duas coisas. Escreveu exactamente que era incoerente ser as duas coisas. De duas uma: ou não se conhece o comunismo em pleno ou não se conhece a religião em pleno.

Cumprimentos

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